quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nostalgia

A nostalgia tomou conta de mim...
Sinto-me melancólica, perdida de mim.
Hoje não me peçam sorrisos...
Lágrimas são tudo o que vos posso oferecer neste momento!...
A vida continua a fintar-me, a pôr-me à prova e às vezes confesso que não estou à altura.
Hoje é um desses dias.
Apetece-me pura e simplesmente desistir.
Pôr um letreiro em mim a dizer: "Fechado" .
Oscilo entre a vontade de gritar e de me esconder de todos.
A minha paz interior, anda arredia e eu não gosto deste clima de "guerra" de descontentamento...
Sinto-me inútil, impotente, deslocada, estranha e intrusa...
Como se não pertencesse aqui ou a lugar algum.
Sinto que não posso cair, simplesmente pelo facto, de não ter ninguém que me ajude a levantar!
A revolta que sinto é tão grande...
A decepção tomou conta da minha alma...
Por isso hoje não me peçam sorrisos...
Seria uma traição à minha dor!...

A morte

A morte,
Que tanto desejo...
Morte,
Que tantos receiam...
Palavra temida,
Desejada...
Formada por ódio por ódio,
Receio,
Arrependimento,
Tristeza, e amor.
Por quê amor?
Acredita mesmo que o mundo é rosa e todos somos felizes?
Como és tolo.

Existem demónios,
Existem anjos,
E, existem humanos.
Não sei qual temer.
Demónios com sua malícia,
Anjos com sua pureza, ou
Humanos com seu "poder".

Temo a mim mesma.
Tenho malícia,
Tenho pureza,
Tenho poder.
Poder de controlar aqueles que vivem em minha volta,
e fazer o mundo parar, e girar em minha volta.

Mas, anseio a morte.
A escuridão me dominou, mas.
Palavras são apenas palavras.
Elas não têm poder,
Não para mim.
Quero acção, não discursos, sem fins.

Quero ver sangue jorrar,
E cabeças a rolar.
Meu espírito anseia por companhia.
Solitário e entorpecido.
Desmaia sobre a água.
Pede por socorro.
Atendo rapidamente com as mãos sujas de amor.
Recém nascido.
Mas, afogueia, a vida é traiçoeira.
Meu espírito morreu.
Mas, e o teu?
Não aguento mais,
Talvez seja amanhã, ou semana que vem.
Talvez não.
Mas, um dia a morte chegará
Então, para que lutar?
Se todos vamos morrer.
Todos querem vencer, tornar-se poderosos,
todos vão para mesma porra de lugar!
Um dia, todos morreremos, então para que esperar?

A vida

Quem sabe
Se um dia cabe
Em mim, teu fim

Verdade
Que é saudade
Se for assim

Ás vezes
De tantas seres
Nas minhas lágrimas

Tendes
Quando me sentes
Seres, como ilhargas

E o tempo teme
O corpo treme
A voz vacila

O vento geme
O verso é leve
O sonho cisma

O teu olhar
No meu, o mar
De te sentir

O ondular
De só te amar
E ver partir…

Quem sabe
Se dia cabe
Em ti, meu fim

Se for saudade
Se for verdade
Eu morro… sim…

A vida é tudo o que nos resta para sentir.
E sentir é tudo o que nos resta...

Sentimento de vazio constante

Sinto-me vazia por dentro, sinto que já não sei nem percebo nada, que estou a ser levada por uma corrente mais forte que eu, mais forte que já não consigo lutar contra... sinto que simplesmente me estou a deixar levar...não consigo pensar, sinto que já não conheço ninguém, estou a deriva, os objectivos que outrora estavam presentes desapareceram como que evaporassem no nada... estou sem nada... sem alegria, confiança nada... sinto-me cansada, derrotada, sem forças para o que quer que seja... simplesmente precisava dormir por uma eternidade para descansar e acordar revigorada e cheia d forças para continuar... Sozinha e ao mesmo tempo acompanhada de mais... já não sou importante, se é que alguma vez fui... se prestassem atenção ao meu silêncio, se o ouvissem... iam entender tanta coisa... mas quem tenho que faça isso? que tente entender o meu silêncio? que queira dar apoio e força sem ouvir uma palavra? NINGUÉM... eu estou sempre aqui para quem me procura sempre com um sorriso e força para dar mas e eu? quem me dá força a mim? Quem me tenta ao menos tirar deste poço sem fim? Quem é que fica aqui do meu lado sem querer nada em troca? Sinto que preciso desistir de tudo o que alguma vez acreditei mas no fundo não consigo mas também não tenho forças para continuar esta caminhada onde não se sabe o destino, onde se anda as cegas sem nada... sem ver alguém para nos dar a mão, sem ver quem nos põe paus no caminho, quem nos puxa para os buracos... simplesmente sabemos que estamos sozinhos e pensamos que no fim encontraremos a saída mas só para nos dar motivos para não pararmos a meio, cairmos e não mais nos levantarmos......

Dúvidas

Às vezes sinto “um não sei quê”, como se quisesse gritar o que sinto, mas não sei o que sinto.
Por vezes sinto-me … Vazia;
Por vezes sinto-me perdida no mundo que criei, desorientada…

Por vezes sinto-me triste com a imagem reflectida no espelho … Desconhecida.

Por vezes sinto-me...
São tantas as vezes que perco a conta; São tantos os porquês, que sufoco, sufoco com as vezes que me sufoco!

São tantas as vezes em que espero, por ti, por alguém...por ninguém…

Não há caminho para mim, não enquanto estou parada.
Não enquanto estou de olhos fechados, não enquanto tiver medo.

Por vezes sinto-me capaz de vencer o mundo e nessa altura sou Eu
Por vezes sinto-me capaz de ir em frente …

Por vezes estas vezes são mais vezes, por vezes as outras vezes desaparecem
Risco-as de mim
Risco-as do meu dicionário
Levantei a cabeça...
E por vezes vou vencendo

Um dia depois do outro … por vezes são tantas as vezes que já lhe perdi a conta.

Sem sentido...

Num papiro a tinta indelével
Escrevi mil palavras sem sentido,
Frases sem nexo, despidas de emoção,
Cruas, sofridas.
Descobri o vazio da minha alma,

A frustração escrita, por dizer,
O sofrimento oculto, por escrever.
Sem querer,
Encontrei no som da minha voz,
A amarga certeza de estar perdida.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A queda do muro de Berlim

No dia 9 de novembro de 1989, após grandes manifestações civis de protesto, o governo da República Democrática Alemã (RDA), permitiu, pela primeira vez em mais de vinte e oito anos, que os moradores da parte oriental de Berlim, pudessem atravessar o muro que os separava do lado ocidental. Em resposta, milhares de berlinenses rumaram à imensa barreira de concreto, atravessando-a e unindo-se aos berlinenses ocidentais.
O movimento de pessoas atravessando o muro, como se fosse uma grande procissão revolucionária, atraiu todos os holofotes da imprensa internacional. O mundo pôs seus olhos àquele momento histórico. Uma grande euforia tomou conta dos berlinenses, que aos poucos, foram derrubando partes do muro e, dias mais tarde, máquinas industriais completaram a demolição. Caía o maior símbolo da Guerra Fria.
A queda do muro de Berlim, ou “Muro da Vergonha”, como era chamado por seus opositores no mundo, desencadeou o fim da Cortina de Ferro, constituída pela União Soviética e pelos países socialistas do leste europeu. Diante do silêncio do governo de Moscou, que decidiu não intervir com os seus tanques modeladores da ideologia socialista; outros países do bloco comunista quebraram as amarras e, um a um, derrubaram e extinguiram os seus regimes.
A queda do muro representou para Berlim o fim à humilhação e dor que a ambição nazista mergulhara a cidade e, à própria Alemanha. Famílias foram separadas por décadas. Rebeldes mortos na tentativa de fuga. Berlim era a capital logística da Guerra Fria, de um lado do muro os soviéticos, do outro as nações capitalistas ocidentais, no meio, a dor de um povo que levara o mundo à Segunda Guerra Mundial, e que se tornara refém da nova guerra entre duas ideologias.
A partir da queda do muro, a República Federal da Alemanha (RFA) e a RDA puderam ser reunificadas, em 1990. Berlim voltou a ser a capital da Alemanha. Sem o glamour de antes da guerra, a cidade foi totalmente reconstruída, com investimentos que possibilitaram que voltasse a ser uma grande e desenvolvida metrópole. Restava lapidar as cicatrizes de uma Alemanha dividida agora pelo aspecto social, de um lado rica (parte ocidental), de outro pobre e parada no tempo (parte oriental). Restava unir preceitos morais e sociais entre pessoas que apesar da mesma origem, diferenciavam-se por completo.
Na história recente da humanidade, a queda do muro de Berlim pôs fim à Guerra Fria, e iniciou a queda do grande império soviético, ocasionando o fim de várias nações construídas sob as dialéticas de uma ideologia que envelheceu, sendo corroída por seus erros, até que ruiu, tornando-se escombros, entulhos de um mundo que o povo começou a demolir na madrugada de 9 de novembro de 1989.