quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A queda do muro de Berlim

No dia 9 de novembro de 1989, após grandes manifestações civis de protesto, o governo da República Democrática Alemã (RDA), permitiu, pela primeira vez em mais de vinte e oito anos, que os moradores da parte oriental de Berlim, pudessem atravessar o muro que os separava do lado ocidental. Em resposta, milhares de berlinenses rumaram à imensa barreira de concreto, atravessando-a e unindo-se aos berlinenses ocidentais.
O movimento de pessoas atravessando o muro, como se fosse uma grande procissão revolucionária, atraiu todos os holofotes da imprensa internacional. O mundo pôs seus olhos àquele momento histórico. Uma grande euforia tomou conta dos berlinenses, que aos poucos, foram derrubando partes do muro e, dias mais tarde, máquinas industriais completaram a demolição. Caía o maior símbolo da Guerra Fria.
A queda do muro de Berlim, ou “Muro da Vergonha”, como era chamado por seus opositores no mundo, desencadeou o fim da Cortina de Ferro, constituída pela União Soviética e pelos países socialistas do leste europeu. Diante do silêncio do governo de Moscou, que decidiu não intervir com os seus tanques modeladores da ideologia socialista; outros países do bloco comunista quebraram as amarras e, um a um, derrubaram e extinguiram os seus regimes.
A queda do muro representou para Berlim o fim à humilhação e dor que a ambição nazista mergulhara a cidade e, à própria Alemanha. Famílias foram separadas por décadas. Rebeldes mortos na tentativa de fuga. Berlim era a capital logística da Guerra Fria, de um lado do muro os soviéticos, do outro as nações capitalistas ocidentais, no meio, a dor de um povo que levara o mundo à Segunda Guerra Mundial, e que se tornara refém da nova guerra entre duas ideologias.
A partir da queda do muro, a República Federal da Alemanha (RFA) e a RDA puderam ser reunificadas, em 1990. Berlim voltou a ser a capital da Alemanha. Sem o glamour de antes da guerra, a cidade foi totalmente reconstruída, com investimentos que possibilitaram que voltasse a ser uma grande e desenvolvida metrópole. Restava lapidar as cicatrizes de uma Alemanha dividida agora pelo aspecto social, de um lado rica (parte ocidental), de outro pobre e parada no tempo (parte oriental). Restava unir preceitos morais e sociais entre pessoas que apesar da mesma origem, diferenciavam-se por completo.
Na história recente da humanidade, a queda do muro de Berlim pôs fim à Guerra Fria, e iniciou a queda do grande império soviético, ocasionando o fim de várias nações construídas sob as dialéticas de uma ideologia que envelheceu, sendo corroída por seus erros, até que ruiu, tornando-se escombros, entulhos de um mundo que o povo começou a demolir na madrugada de 9 de novembro de 1989.

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